psicosolsticio

"Experimenta-se uma sensação especial quando sozinho (...) não sabendo o que se vai comer nesse mesmo dia, se arrisca o último florim, o último, o último" (Fiódor Dostoiévski)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Filhos do ninguém!!!

Ultimamente deparo-me com situações que me deixam embrutecida e deveras preocupada. Olho para o meu lado e tropeço facilmente com miúdos, que não pediram para nascer mas foram completamente abandonados pelos pais, excluídos pela sociedade. Mas que pais são estes??? Intitulam-se de pais, mas deixam muito a desejar. Esta sociedade que praticamente os deixa a mercê de uma situação de vida que os obriga muitas vezes a recorrer a caminhos ilícitos para poderem sobreviver. E claro, podemos tornar a vida destes jovens mais facilitada em alguns aspectos, no entanto, infelizmente não podemos mudar a vida e muito menos a sociedade. Deveria o Estado apoia-los mais em vez de os julgar de forma leviana, por vezes a interpretação da lei não prevê que estes jovens são o que são, porque a personalidade é algo que se contrói e que todos os acontecimentos são cruciais para a constituição da mesma. É fácil atirá-los para Centros Educativos, jovens extremamente revoltados com a vida em vez de se criarem mais infra-estruturas que consigam dar resposta a situações de famílias disfuncionais e destruturadas. Actuar na prevenção é sempre mais vantajoso.
É horrível, ver jovens que abusam de substâncias ilícitas e que são completamente dominados por este vício. É horrível sentir que estes jovens poderiam ser perfeitamente ditos normais se tivessem a sorte de ter uma verdadeira família, alguém que gostasse deles, que lhes tivesse dado afecto, carinho e tantas outras coisas que são comuns às famílias.
Estes jovens um dia vão constituir família e que valores vão eles transmitir aos seus filhos? Não têm um termo de comparação, desde cedo habituam-se a depender dos subsídios, porque não conseguem arranjar trabalho, visto que são facilmente rotulados pela sociedade como delinquentes sem escrúpulos. Mas será que alguém lhes deu uma oportunidade?
E claro, sou simplesmente alguém que tem a perfeita noção que não consegue mover montanhas e mudar o mundo, pelo contrário, sinto-me impotente face a estas situações. E o importante é conseguir levar estes jovens de forma gradual e para isto é fundamental pensar um dia de cada vez.

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