O nervoso miudinho encarna no meu ser, leva-me o sono, a fome... Enfim, algo nefasto que ninguém controla, que ninguém consegue extrair porque ele é mais forte que nós. Foi ontem assim o meu dia e serão também os próximos. Depois, imaginem a cirurgia marcada para o fim da tarde, o dia parecia não ter fim os pensamentos fluiam, a preocupação surgia. Assim, lá o levaram naquela maca, foi sozinho desamparado. Mas é assim que tem que ser. Mas custa tanto vermos um ente querido nestas circunstâncias. Passado 2h avisinhava-se o fim da cirurgia e a pergunta ecoava no meu espírito, como correu? Correu bem... Mas o choque foi grande quando o fomos ver, estava deitado, com máscara de oxigénio a querer falar sem percebermos o que dizia. Doeu cá dentro. Nem há palavras para descrever o que uma pessoa sofre, neste instantes. Por isso, resolvi deixá-lo na mão dos cuidados médicos a descansar, que era o que precisava naquele momento.Cheguei à conclusão que no dia da cirurgia os doentes não deveriam receber visitas, tendo em conta que é um desgaste para os doentes e um sofrimento para a própria família. Hoje, depois do meu dia de trabalho lá estarei do lado dele a dar-lhe força. Como a vida é ingrata.